quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
A Superstição Atrai o Azar
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Será no dia dos Reis Magos
Quando acordei hoje pela manhã disse a mim mesma:
Tumbalelê! Vou matar aquela cadela!
Eu sou bem mais híbrida.
Não sei, fica algo podre no ar depois que você fala. Abacates não pisam tanto, e não exalam mal cheiro.
Sinto que algo está crescendo em meu ventre, mas não sei dizer bem ao certo se é meu filho ou se é seu.
Os remédios têm me deixado um pouco confusa. Pra falar a verdade, a vida não tem sido fácil, as almôndegas que você guardou, cuidadosamente, no meu tubo acetato, não tem mais valor simbólico.
Sinto-me sem chão.
Amordaçada.
Meu coração não suporta mais a sua tecnologia barata.
Seja mais natural comigo, por favor.
Embalsama-me logo já que me exaltas tanto. Aja como um homem que se orgulha de sua rainha, por não ter mais que coser sua bunda ou seus ouvidos tão profundos.
Será que você pode crivar com mais vontade essas suas unhas sujas de graxa, querido?
Deixo agora um pouquinho do meu cheiro Patchouli
que você tanto gosta.
Sbardelotto.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Eu a construi, a maquina perfeita. A trepadeira perfeita, capaz de sugar o Rio Nilo com sua boca. Capaz de destruir o império babilônico, ao sucumbir na cama todo o reinado de Hamurabi. Cleópatra mecanizada com pele de cobra, suga.
A invasão estrangeira esta chegando! Faz-se necessário um poder bélico feminino capaz de conte-la. A perfeita face ira congelar a barbárie. A barganha será a constante manutenção da troca de privilégios, eu me ponho como intermediário disto, como cirurgião constante do embelezamento da guerra, eu retoco a morte, eu moldo os seus glúteos, eu lipospiro sua face repleta de gordura e sangue azul.
Eu a construi em um longo processo de naturalização e modelagem ficcional.
Nós a destruiremos esta noite.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Acordei essa manhã e chamei pelos nomes de meus fantasmas. "JÚLIO CÉSAR MACHADO DE ALBURQUERQUE DEL-REY! VENHA ATÉ AQUI E PREPARE MEU CAFÉ COM TORRADAS E GELÉIA DE MARMELO!" Como era de se esperar, não houve resposta. Porque o mundo me repudia desde que perdi minhas queridas, minhas amadas, minhas deliciosas companheiras. Antes eu tinha fama, tinha glamour, frequentava festas e a alta sociedade me acolhia. Eu chegava e era ovacionado, e minhas meninas vibravam dentro de mim. Agora uma névoa de repressão me rodeia, e onde eu passo todos me olham como se eu fosse um mutilado. Talvez eu seja.
Desde que acordei, tenho tentado dissimular minhas reações. Hoje fui às compras, como todas as manhãs, trouxe os legumes para o almoço, coloquei a água no fogo, mas o mundo conspira contra mim. Os legumes, ao me ver, murcham; a água ao me ver congela; o ar ao me ver se densifica. Eu não sei viver sem minhas senhoritas. Se alguém encontrá-las, entre em contato comigo com urgência, por favor.